Por que Vitória parece estar tão ‘apagada’ em relação às demais
capitais brasileiras com relação a obras arquitetônicas protomodernas? Em busca
desta resposta, consideramos o apelido Cidade-Presépio e, neste, a simbologia
sobre a qual esboçamos a hipótese do que se constituiria como uma
característica singular da cidade, qual seja a existência de representações que
não conseguem se destacar intensamente por se configurarem enquanto referências
secundárias quando comparadas a outras.
Buscando a confirmação desta idéia, voltamo-nos à descrição de sua
imagem visual, atendo-nos à conformação física do seu território e à sua formação
arquitetônica, revelando relações construídas entre seus principais objetos
arquitetônicos do estilo protomoderno.
O Protomodernismo incorporou valores universais da Modernidade em
arquitetura, representou-os de forma referenciada e divulgou-os, junto a outras
mídias e artefatos da época, traduzindo o anseio por modernização da sociedade em
matéria de consumo.
A ocupação efetiva - ainda que parcial - do Novo Arrabalde, no
final da década de 20 do século passado, marca a transição à chamada
Pós-Cidade-Presépio, quando Vitória, pela primeira vez, estende-se em direção
às praias da região leste.
Até à década de 60, esta porção da ilha chega a apresentar um
caráter estritamente residencial, configurando um desenho próximo àquele
idealizado por seu criador, onde os inúmeros afloramentos rochosos conferiam
uma especificidade ao local, configurando uma paisagem bem diferenciada daquela
existente até então.
Neste espaço, aparece a vanguarda do estilo protomoderno, que já
se destacavam nas áreas novas do Centro, exemplos como a Associação de
Funcionários Públicos, o Hospital Infantil, o Correios e os Telégrafos.
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